sábado, 9 de julho de 2011

VENÇA A ENFERMIDADE

VENÇA A ENFERMIDADE
INTRODUÇÃO: “está enfermo aquele a quem amas” (Jo 11.13).
Estas palavras são extraordinariamente tocantes e instrutivas. Elas recordam a mensagem que Marta e Maria enviaram a Jesus quando Lázaro, irmão delas, adoecera: ”Senhor, está enfermo aquele a quem amas”. A mensagem foi simples e curta, mas cada palavra dela é profundamente sugestiva.
Observamos a fé simples e confiante dessas mulheres. Elas se voltaram para o Senhor Jesus na hora da necessidade, como uma criança assustada se volta para a mãe, ou como a agulha de uma bussola para o pólo. A ajuda de Cristo foi o primeiro pensamento delas no dia da angustia. Ele foi refugio para o qual correram na hora da necessidade. Observamos a simplicidade da linguagem delas a respeito de Lázaro. Elas o chamam “aquele a quem amas”. Não dizem aquele que te ama, que crê em ti, que Te serve, mas “aquele a quem amas”.
Marta e Maria foram ensinadas profundamente por Deus. Elas haviam aprendido que o amor de Cristo por nós, e não o nosso amor por Cristo é o verdadeiro fundamento da expectação base da esperança. Olhar para o nosso amor por Cristo é uma experiência dolorosamente insatisfatória; olhar para o amor de Cristo por nós dá-nos paz.
Observamos, por ultimo, a tocante circunstancia que a mensagem de Marta e Maria revela: “está enfermo aquele a quem amas”. Lázaro um bom homem, convertido, crente, renovado, santificado, amigo de Cristo e herdeiro da glória. Mesmo assim, ele estava doente! Desta forma, a doença não é sinal do desagrado de Deus, mas é designada para trazer-nos bênção, e não a maldição. “ todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto””. “seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro, tudo é vosso, e vós de Cristo, e Cristo de Deus”. (Rm 8.28; 1 Co 3.22-23). Felizes aqueles que podem dizer quando doentes:”Isto é obra de meu Pai. Portanto é bom”. Há três pontos que exigem atenção quando se considera o tema “doença”. Sobre cada ponto falarei um pouco.
1.      A PREVALENCIA UNIVERSAL DA DOENÇA
Não é necessário falar longamente sobre este ponto. Elaborar provas disto seria somente multiplicar informações obvias. A doença está em toda parte: Europa, Àsia, America; em países quentes ou frios, nações civilizações ou tribos selvagens – homens, mulheres e crianças adoecem e morrem.
1.1. Existência da Doença
Existem doenças em todas as classes. A graça não mantém os crentes fora do alcance dela. A riqueza não pode comprara isenção dela. A graduação não pode prevenir contra os assaltos. Reis e seus súditos, patrões e empregados, ricos e pobres, cultos e incultos, professores e alunos, médicos e pacientes, ministros e ouvintes, todos caem igualmente diante desse grande inimigo. A casa do inglês é chamada de seu castelo, mas não há portas ou trancas que possam manter a doença  e a morte do lado de fora.
Existe doenças de todo tipo e descrição. Do alto da cabeça à sola dos pés, estamos sujeitos a ela. Nossa capacidade para sofrer é algo tremendo. Quem pode enumerar as aflições capazes de atacar o nosso corpo? Para mim não é coisa surpreendente o fato do homem morrer tão cedo, mas sim, que ele tenha vida longa. Nada que o homem seja capaz de fazer poderá evitar a doença. A medida de duração de uma vida pode, sem duvida alguma, ser prolongada por algum tempo. A pericia dos médicos pode continuar a descobrir novos métodos terapêuticos e efetuar surpreendentes curas.  A implantação de regulamentos sanitários pode reduzir significativamente a taxa de mortalidade num determinado local, mas após tudo isso, em locais saudáveis ou não, em clima ameno ou frio, o homem sempre adoecerá e morrerá. “A dura ação da nossa vida é de setenta anos, (Sl 90.10).
Então o que fazer deste grande fato a prevalência universal da doença? Como devemos explicá-lo? Que elucidações podemos fazer a esse respeito? Que resposta daremos aos nossos filhos, curiosos, quando nos perguntarem: Pai, por que as pessoas ficam doentes e morrem? Estas são questões sérias que merecem algumas considerações.
1.2. Explicação
A única explicação que me satisfaz é a que a Bíblia me dá. Algo veio ao mundo que destronou o homem de sua posição original, destituindo-o de seus privilégios originais. Esse algo, como um punhado de cascalho jogado no meio de uma maquina, desfigurou a perfeita ordem da criação de Deus. O seria esse algo? Respondo com uma única palavra: pecado. “entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte...” (Rm 5.12). o pecado é a causa original de toda a doença, moléstia, dor e sofrimento que prevalece na terra. Tudo isso faz parte da maldição que veio ao mundo quando Adão e Eva comeram do fruto proibido e caíram. Não haveria doença se não houvesse pecado.
A prevalência universal da doença é uma das evidencias indiretas da veracidade da Bíblia. A Bíblia explica. Ela tira as duvidas que surja em toda mente indagante a esse respeito. Outros sistemas religiosos não podem fazê-los. Todos eles falham neste ponto. Caem-se e confundem-se. Somente a Bíblia encara o assunto de frente. Ela proclama ousadamente o fato de que o homem é uma criatura decaida, e com igual intrepidez, proclama um vasto sistema terapêutico para suprir suas necessidades. Sinto-me obrigado a concluir que a Bíblia provém de Deus. O cristianismo é uma revelação do céu”. (Jo 17.17).
2.      BENEFICIOS GERADOS PELA DOENÇA
Eu uso a palavra “beneficio” ponderadamente. Ela é de importância para a percepção clara desta parte do assunto. Bem sei que a doença é um dos supostos pontos fracos no governo de Deus sobre o mundo, sobre o qual pessoas céticas gostam muito de insistir. “Pode Deus ser um Deus de amor uma vez que permite a doença? Ele pode impedir a dor e a doença, mas não o faz. Como pode ser explicadas tais coisas?” Este é o raciocínio que freqüentemente vem à mente do homem.
2.1. Lembrança de morte
A doença ajuda os homens a lembrarem-se da morte. A maioria vive como se nunca fosse
Morrer. Eles participam de negócios, prazeres, políticas e ciências, como se a terra fosse seu lar eterno. Planejam e projetam para o futuro, como o rico tolo da parábola, como se tivessem uma apólice vitalícia de vida e nunca tivessem que prestar contas.
2.2. Pensamento em Deus
A doença faz com que os homens pensem seriamente sobre Deus, como também sobre suas almas e o mundo porvindouro. A maior parte das pessoas, em seus dias de saúde, não pode encontrar tempo para tais pensamentos. Não gosta deles; deixa-os de lado, e os considera problemáticos e desagradáveis. Entretanto, às vezes, uma doença séria tem o maravilhoso poder de reunir e unir tais pensamentos, e de trazê-los diante dos olhos da alma de um homem.
2.3. Ensino da sabedoria
A doença ajuda a amolecer o coração dos homens e lhes ensina a sabedoria. O coração natural é duro como a pedra. Ele não vê nenhum bem em coisa alguma que não seja deste mundo, nem felicidade alguma que não seja desta vida. Uma longa enfermidade, às vezes, ajuda muito a corrigir essas idéias. Revela a nulidade e a futilidade daquilo que o mundo chama de coisas “boas”, e ensina-nos a fazer caso delas.
2.4. Equilíbrio e Humildade
A doença ajuda-nos a nos equilibrar e a nos humilhar. Todos nós somos naturalmente orgulhosos e vaidosos. Poucos, mesmo entre os mais pobres, estão isentos desta infecção. Poucos são aqueles que não se consideram superiores a alguém, e que não se lisonjeiam secretamente pelo fato de que “não são como os demais homens”. O leito de enfermidade é um poderoso “domador” de pensamentos.
2.5. Teste de Autenticidade
Por fim, a doença ajuda a testar a autenticidade da religião dos homens. Não há muitos na terra que não tenham uma religião. Contudo, poucos, têm uma religião que suporte esta inspeção. A maioria esta satisfeita com as tradições recebidas de seus pais, e é incapaz de apresentar uma razão para a esperança que tem. Neste ponto a doença é freqüentemente muito útil para mostrar a um homem a absoluta inutilidade daquilo em que se baseia sua alma.
3.      OBRIGAÇÕES ESPECIAIS IMPOSTAS PELA DOENÇA
Não quero que ninguém deixe a leitura desta pequena mensagem sem ser capaz de responder às seguintes questões: que lição pratica aprendi? Que devo fazer num mundo de doença e morte?
3.1. Preparação para a morte
Uma das principais obrigações que a prevalência da doença impõe ao homem é a de viver constantemente preparado para encontrar-se com Deus. A doença nos faz lembrar da morte. A morte é a porta pela qual todos teremos que passar para o julgamento. O julgamento será o dia em que, finalmente, veremos a Deus face a face. Certamente, a primeira lição que o habitante de um mundo doentio e moribundo deveria aprender é está: a de estar preparado para encontrar-se com Deus.
3.2. Prontos para Suportar
Outra importante obrigação que a prevalência da doença nos impõe é a de vivermos constantemente prontos para suportá-la com paciência. A doença, sem duvida alguma, prova a carne e o sangue. Sentir nossos nervos abalados, nossa força natural abatida, sermos obrigados a deixar nossas ocupações habituais, ver nossos planos arruinados, nossos propósitos frustrados, aturar longas horas, dias e noites de fadiga e dor tudo isso é um fardo muito pesado para a nossa pobre natureza humana pecaminosa. Não admira, pois, se a doença trouxer irritação e impaciência! Como é necessário, num mundo decaído como este, aprender a ter paciência.
3.3. Prontidão para Ajudar
Ainda outra obrigação importante que a prevalência da doença nos impõe é a de constante prontidão para ajudar os nossos semelhantes e identificar-mos com eles. A doença nunca esta muito distante de nós. Poucas são as famílias que não tem um de seus membros doente. Mas, onde quer que haja doença, há um chamado ao dever social. Uma pequena e oportuna assistência em alguns casos, uma gentil visita. São coisas como estas que amenizam as asperezas, unem os homens e promovem o bem estar. Elas são também os meios pelos quais se pode finalmente levar pessoas a Cristo e salvar suas almas. São boas obras para as quais todo cristão deve estar pronto. Neste mundo tão cheio de doença, devemos “levar as cargas uns dos outros”, e sermos benignos uns dos outros (Gl 6.2; Ef 4.32).
Conclusão:
O tempo é curto e o modismo do mundo passa. Mais algumas doenças, e tudo estará acabado. Mais alguns funerais e então acontecerá o nosso próprio funeral. Mais algumas tempestades e agitações, e estaremos a salvos no porto. Viajamos para um mundo onde não há mais doença, onde a separação, a dor, o choro, e o luto se foram para sempre.
O céu está cada ano mais repleto, e a terra mais vazia. Os amigos que estão na dianteira estão se tornando mais numerosos do que os que estão na retaguarda. “porque, ainda dentro de pouco tempo aquele que vem virá e não tardará” (Hb 10.37). Na sua presença haverá plenitude de alegria. Cristo enxugará toda lágrima dos olhos do seu povo. O ultimo inimigo a ser destruído é a morte, mas este será destruído. A própria morte um dia morrerá (Ap 20.14).
  Enquanto isso, vivamos uma vida de fé no filho de Deus. Lancemos toda a nossa carga sobre Cristo e regozijemo-nos em pensar que Ele vive para sempre e que nós também viveremos.
 Pb. João Batista de Lima

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